Gestom de resíduos: situaçom e alternativas

O atual modelo de gestom de resíduos resulta numha grande fonte de benefícios económicos para a multinacional que hoxe leva o nome de Gas Natural Fenosa. Cumpre voltar duas décadas atrás no tempo para compreender como se implantou o modelo na Galiza, sendo o conselheiro Xosé Cuíña um dos seus principais responsáveis.

Foi em 1992 quando a Xunta de Galiza criou a empresa SOGAMA (Sociedade Galega do Medio Ambiente), participada hoje num 49% pola elétrica Gas Natural Fenosa, para a que se construiu um complexo no concelho de Cerzeda (governado daquela e hoje polo PSOE). Falar da gestom de resíduos na Galiza é falar de SOGAMA, pois o 82% dos resíduos sólidos urbanos que se geram vam a este complexo, que basea o “tratamento” destes na incineraçom. A recolha e tratamento do lixo som competências municipais, e SOGAMA foi, já desde a sua criaçom, a escolha da maioria de concelhos do país. Mui poucos optárom inicialmente por outras alternativas baseadas na compostagem e reciclagem e outros, como os da comarca da Corunha, forçados pola pressom social ante desastres ecológicos, como o derrubamento do vertedoiro municipal de Bens em setembro de 1996, que desembocou na criaçom da planta de tratamento de Nostiám em janeiro de 2002.

Assim, a maioria dos resíduos que geramos -tanto as galegas e galegos nos nossos fogares, mas também lodos de depuraçom, resíduos da construçom, das indústrias, da minaria, agrogandeiros, etc- som transportados a SOGAMA, que utiliza gas natural para gerar calor e secá-los. Posteriormente, o lixo queima-se e recupera-se energia elétrica, mas com grande contaminaçom ambiental. A incineraçom aumenta a perigosidade dos resíduos ao emitir no proceso substáncias tóxicas como dioxinas, furanos ou metais pesados, que contaminam ar, água e solo.

Mas a contaminaçom nom só fica aí: os complexos de incineraçom necessitam vertedoiros associados em que depositar os refugalhos nom tratados. SOGAMA conta com o vertedoiro da Areosa, onde se depositam os milheiros de toneladas nom queimadas, ademais dos rejeitados do combustível e cinzas da incineraçom. Ante a incapacidade de SOGAMA para tratar todo o lixo, e depois de que a contestaçom social paralisasse a construçom dumha segunda incineradora no sul (no concelho do Irixo) o PP incluiu a ampliaçom do vertedoiro no seu Plano de Resíduos de 2011, causa permanente de problemas de maos olores na zona, lixivia- dos, etc. Por se fosse pouco, as cifras do tratamento dos resíduos em SOGAMA chamam a atençom: o 36% deles sem tratamento ao verte- doiro, e um 62% fôrom incinerados (2011).

Além dos motivos ambientais para rejeitar o modelo SOGAMA, existem também grandes interesses económicos na incineraçom. Em 2011, os 296 concelhos aderidos pagárom-lhe 44,4 milhons de euros; das empresas de reciclagem que comprárom a pequena cantidade de residuos reutilizáveis obtivo 4,92 milhons; e das empresas eléctricas 41,2 milhons pola venda da energia elétrica produzida. Mas o auténtico negócio de Gas Natural Fenosa vinha por outra banda. Em 2007 aprovou-se um Real Decreto que estabeleceu primas às energias renováveis e à cogeraçom, que provocou que SOGAMA decidisse vender a energia produzida na incineraçom a um preço elevado (devido à prima) em vez de utilizá-la para o consumo próprio como vinha fazendo. A energia que SOGAMA emprega adquire-se comprando electricidade no mercado, a preço muito mais barato em comparaçom ao preço ao que vende a da incineraçom. Assim, a mais resíduos consiga queimar, mais benefícios. Nesta linha, em 2012 a Xunta do PP ad- judica a subministraçom de energia eléctrica para parte das instalaçons de SOGAMA a Unión Fenosa Comercial, por um prazo inicial de 3 anos.

O feito de considerar a energia produzida por SOGAMA como renovável já é um absurdo de por si, mas ainda assim, a situaçom mudou no 2013 quando um novo Real Decreto eliminou as primas às renováveis. Ao nom poder vender a energia produzida da incineraçom a um preço tam alto, o rendível para SOGAMA seria voltar à situaçom prévia a 2007 e auto- abastecer as instalaçons com a energia que a planta gera, mas a adjudicaçom a Unión Fenosa Comercial impede-o. Qual é a soluçom entom para seguir mantendo os benefícios num contexto de desapariçom das primas? Singelo: incrementar o preço da tonelada de resíduos que en- tram em SOGAMA, é dizer, cobrar-lhe mais aos concelhos polo “tratamento” destes. Eis a soluçom da Xunta para tapar as “perdas” das eléctricas: incrementar nun 34% o cánone do lixo.

O modelo atual de gestom de residuos é claramente insustentável, pois requer quantidades constantes de lixo para continuar funcionando, e é incompatível com a prevençom e reduçom em origem. De todos os re- fugalhos que chegam a SOGAMA, tam só entre um 5% e um 8% é reutilizável, fronte ao 32% que conjuntamente mostram Nostiám e a planta comarcal de compostagem do Barbança, a que possui os melhores resultados em todas as fraçons do lixo. Além disso, a planta do Barbança, à que recentemente se aderiu o concelho de Rianxo, governado polo BNG, gera mais emprego do que os outros modelos.

Neste cenário, é necessária umha aposta clara dos governos dos concelhos dos que faga parte o BNG por umha gestom de resíduos sustentável, baseada na reduçom, reutilizaçom e reciclagem, pois, no final, deles depende seguir financiando o desastre ambiental que é SOGAMA. A rebeliom contra o “taxaço” de SOGAMA disparou-se por motivos económicos, mas devemos fazer autocrítica por nom termos sido capazes no passado de erguer alternativas a SOGAMA. Existem muitas experiências que estám mostrando bons resultados, como en Catalunya, na mancomunidade Pallars-Sobirà, que levam tempo com um plano descentralizado de plantas de compostagem comarcais; ou propostas como o porta-a-porta, um método para a recolha selectiva de lixo em que cada dia se deposita umha fraçom de residuos distinta e que está dando melhores resultados que os contentores.

Se o “tratamento” do lixo é um negócio para Gas Natural Fenosa, o da recolhida nos concelhos é-o para grandes empresas da construçom, proprietárias das principais concessionárias dos serviços de lixo, como Cespa (propriedade de Ferrovial), Urbaser (de ACS), FCC ou Isolux-Corsán. Deste jeito, medidas como voltar à gestom municipal do lixo junto com umha política de tarifas favorecedora da reduçom e da reciclagem, impulso de plantas de compostagem e reciclagem descentralizadas que minorem o gasto em transporte, ademais de apostar claramente por políticas de educaçom ambiental, podem sentar as bases dumha Galiza mais sustentável.

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