Entrevista a Miguel González

Nasceu en 1987 e estudou Traduçom e Interpretaçom em Vigo. Tivo que emigrar e neste momento vive e tra balha em Liverpool.¶

Boas, Miguel. Desde quando estás vivendo no Reino Unido e como foi que rematache emigrando?

Cheguei ao Reino Unido em Setembro do 2012, em concreto a Londres. Agora estou a viver em Liverpool dende vai pouco. É umha pregunta complexa, tem muito a ver com o processo de demoliçom deliberada da universidade pública. Se bem na minha profissom pode ser considerado normal viver fóra, nom era o que eu queria. Eu queria fazer a tese na Universidade de Vigo, na Faculdade de Filologia e Traduçom onde me formei (Licenciatura e Mestrado de Investigaçom) e onde queria ficar por muitíssimos motivos. Isto nom me era viável por várias questons, artelhadas arredor do processo de destruiçom da universidade pública e em geral polo processo de destruiçom económica que sofrimos. Ver o que era um centro de conhecimento que considerava (e considero) estratégico para o pais ser parcialmente aniquilado foi mui duro para mim.

Especialmente foi ver gente que respeito moitíssimo, apaixonada polo trabalho académico e de investigaçom como contribuiçom à sociedade, totalmente sobrepassada e dizindo-me que se podia marchar o figesse. Lembro esse dia, no verám, no que baixei da faculdade cum sentimento de desolaçom imenso, mas esclarecedor. Dias depois decidim marchar a Londres a fazer um mestrado (outro), como decissom estratégica, mas nunca como resignaçom.

Desde que resides alí, que trabalho ou atividades tes desempenhado até o de agora?

Do que me sinto mais orgulhoso é que puidem seguir investigando. Trás rematar o mestrado pugem-me a trabalhar, e agora estou de tradutor e intérprete autónomo. Estou pendente de possibilidades que me permitam fazer o doutoramento e seguir investigando, do que me sinto orgulhoso porque me parece umha boa maneira de contribuir algo à humanidade.

Como foi a adaptaçom à tua nova vida ali? É fácil a integraçom na sociedade inglesa?

O meu caso em certa maneira nom é o típico. Eu já tinha estado no Reino Unido e conhecia gente noutras cidades. A maiores o meu conhecimento da língua e da cultura eram bastante avançados já. Para mim a adata-om cultural nom supuxo especial trauma. Isso sim, ao começo, muita soidade. Mas isso vem dado. A integraçom é outra cousa distinta do que adaptar-se a viver, e mais num sitio como Londres… Ali sobre tudo levava-me com outras galegas. Hai umha comunidade de migrantes moi estruturada nessa cidade que merecem muito reconhecimento, que a pessar de tudo seguem organizadas. A solidariedade dessa gente fijo-o incrívelmente mais doado pra mim e segue-o a fazer para as que seguem chegando. Sobre isso haveria moitíssimo que dizer: Londres é umha cidade mui dura para quem chega, é umha capital imperialista, a escravitude salarial é patente e hai muitíssima injustiça social e segregaçom racial. É mui duro para as migrantes em geral. Eu fugim cara onde o sistema  era algo mais feble.

Que teria que cambiar para poderes voltar ao nosso país?

A chave é que temos nós que cambiar. As soluçons nom no-las vam dar as elites imperiais. Eu vou a Galiza tanto tempo como podo, nego-me a perder essa ligaçom identitária. As condiçons atuais permitem-me estar em contato diário com o meu pais e viajar com relativa frequência. Assim mesmo, esta experiência está a ser para mim moi instructiva de como funcionam os sistemas imperialistas, ainda que seja por comparaçom. Tenho claro que nom vou ser o primeiro galego em fazer activismo cultural dende o exílio.

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